segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Teatro e imaginação na pré-escola

Teatro e imaginação na pré-escola


Jogos teatrais permitem que as crianças aprendam e desenvolvam a linguagem corporal.


      A capacidade de fazer de conta é uma das características mais relevantes da infância, pois está diretamente ligada ao desenvolvimento intelectual e físico dos pequenos. Quando imagina que é um policial à procura de um bandido, a criança elabora respostas às distintas situações que surgem e, ao pôr em prática seu personagem, estabelece movimentos que ampliam a consciência e a expressão corporais. Por isso, os jogos teatrais são uma ótima maneira de desenvolver a relação da criança com o próprio corpo, com o do outro e com o espaço. Eles são jogos de construção em que a consciência do "como se" é trabalhada de forma gradativa em direção à articulação da linguagem artística teatral.

. "No processo de construção dessa linguagem, a criança estabelece com seus pares uma relação de trabalho, combinando a imaginação dramática com a prática e a consciência na observação das regras", explica Ingrid Dormien, que leciona Teatro Aplicado à Educação na Universidade de São Paulo (USP) e é coordenadora de projetos da Escola de Educadores. 

 Descobrindo novas possibilidades corporais 

O jogo teatral gira em torno de três elementos: onde se passa a cena, quem faz parte dela e qual ação se desenvolve. O professor deve dividir a turma em grupos e propor que cada um decida o que apresentar à plateia - sem o uso de falas nem de objetos cênicos. Exemplo: se escolhem explorar o fundo do mar, as crianças têm de interagir com criaturas e plantas marinhas imaginárias, deixando claros os três elementos básicos. 





   Ingrid diz que a intervenção docente pode e deve ocorrer durante a cena. "Se o professor perceber que os gestos não são muito claros, pode instruir os pequenos a repeti-los em câmera lenta. Os jogos teatrais abrem possibilidades infinitas de trabalhar a expressividade corporal. Durante a ação, deve-se atentar também o uso do espaço e de que forma se dá a interação. 


Com base no que foi observado, é necessário fazer propostas que representem desafios e incentivem todos a buscar novas possibilidades de expressão. Se um grupo escolheu um espaço pequeno e interagiu pouco, por exemplo, no jogo seguinte o professor pode estabelecer que, independentemente da situação, os objetos utilizados em cena terão de passar pela mão de todos e a área precisa ser ampla.



                           


BIBLIOGRAFIA :  NOVA ESCOLA - EDUCAÇÃO INFANTIL -  EDIÇÃO 231 / ABRIL 2010



VALTER JOSÉ MORGADO   Nº 55

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A Importância da música na Educação Infantil


            Por seu poder criador e liberador, a música torna-se um poderoso recurso educativo a ser utilizado na Pré-Escola. É preciso que a criança seja habituada a expressar-se musicalmente desde os primeiros anos de sua vida, para que a música venha a se constituir numa faculdade permanente de seu ser.
            A música representa uma importante fonte de estímulos, equilíbrio e felicidade para a criança.  Assim, na Educação Infantil os fatos musicais devem induzir ações, comportamentos motores e gestuais ( ritmos marcados caminhando, batidos com as mãos, e até mesmo falados), inseparáveis da educação perceptiva propriamente dita.
            Até o primeiro ano de vida, as janelas escancaradas são as dos sentidos. “ A criança está aberta para receber” , diz Muszkat. Contar histórias, pôr música na vitrola, agarrar e beijar, brincar com a fala são estímulos que ajudam o aperfeiçoamento das ligações neurais das regiões sensoriais do cérebro.
            Gardner admite que a inteligência musical está relacionada à capacidade de organizar sons de maneira criativa e à discriminação dos elementos constituintes da Música. A teoria afirma que pessoas dotadas dessa inteligência não precisam de aprendizado formal para colocá-la em prática. Isso é  real, pois não está sendo questionado o resultado da aplicação da inteligência, mas sim a potencialidade para se trabalhar com a música.
            Musicalidade é a tendência ou inclinação do indivíduo para a música. Quanto maior a musicalidade, mais rápido será seu desenvolvimento. Costuma revelar-se na infância e independe de formação acadêmica.
            Musicalização é um processo cognitivo e sensorial que envolve o contato com o mundo sonoro e a percepção rítmica, melódica e harmônica. Ela pode ocorrer intuitivamente ou por intermédio da orientação de um profissional.
            Se todos nascem potencialmente inteligentes, a musicalidade e a musicalização intuitiva são inerentes a todo ser humano. No entanto, apenas uma porcentagem da população  as desenvolvem. Grandes nomes considerados gênios da música iniciaram seus estudos na infância, Mozart, Beethoven, Bach , Carlos Gomes e Villa Lobos, entre outros iniciaram seus estudos tendo como mestres os seus respectivos pais.
            Embora o incentivo ambiental familiar e a iniciação na infância sejam positivos, não são essenciais na formação musical. Outros fatores podem ser estímulos favoráveis ao desenvolvimento da inteligência musical: a escola, os amigos, os meios de comunicação...
            Talento e conhecimento caminham sempre juntos  e um depende do outro. Quanto maior o talento mais fácil se torna o conhecimento. Quanto maior o conhecimento, mais se desenvolve o talento.



Jessica Barros da Silva

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Como colocar os pequenos em Contato com a Literatura


Todos os especialistas concordam que, num país como o Brasil, a escola tem um papel fundamental para garantir o contato com livros desde a primeira infância: manusear as obras, encantar-se com as ilustrações e começar a descobrir o mundo das letras. É nas salas de Educação Infantil que você, professor, deve apresentar os diversos gêneros à turma. Nessa fase, o que importa é deixar-se levar pelas histórias sem nenhuma preocupação em "ensinar literatura". Ler para os pequenos e comentar a obra com eles é fundamental para começar a desenvolver os chamados comportamentos leitores.


  Por que ler


Mesmo antes de aprender a ler, as crianças devem ser colocadas em contato com a literatura. Ao ver um adulto lendo, ao ouvir uma história contada por ele, ao observar as rimas (num poema ou numa música), os pequenos começam a se interessar pelo mundo das palavras. É o primeiro passo para se tornarem leitores literários - percurso que vai se estender até o fim do Ensino Fundamental.

Quem lê

Como a maioria das crianças de creche e pré-escola não é alfabetizada, a leitura deve ser feita pelo professor. Mas é essencial deixar que todos manipulem os exemplares. Incentive-os a folhear as páginas, observar as imagens e os textos e levar as obras para casa.

Como ler

Existem dois modelos básicos: o contato pessoal da criança com o livro, como foi explicado acima, e a roda de leitura, em que o professor lê para toda a turma. Nesse caso, é preciso sempre planejar a atividade, da escolha do texto às formas de interação. "A apresentação, a seleção e a preparação prévias, os motivos explicitados, a consideração do leitor, o incentivo aos comentários posteriores e o clima criado devem ser intencionais, e não obras do acaso", explica Virgínia Gastaldi, formadora do Instituto Avisalá, em São Paulo, no texto Quem Conhece Pode Escolher Melhor. Da mesma forma, o momento da leitura exige postura adequada, entonação de voz e uso correto das ilustrações para ajudar a conduzir a narrativa. No fim, é muito importante coletar as impressões da garotada, o que pode ser feito com perguntas simples: de qual parte da história cada um mais gostou (e por quê), o que chamou mais a atenção em cada personagem, qual ponto provocou mais alegria (ou medo, preocupação etc.). Esse momento de pensar sobre o que foi lido e expressar opiniões é um comportamento típico de quem gosta de ler - e vale para toda a vida. E não se esqueça de que essas opiniões podem (e costumam) ser diferentes. Essa troca também é boa para estimular os pequenos a aprender a ouvir o que os outros têm a dizer.

Quando ler

Já é amplamente sabido que a leitura deve ser uma atividade diária na Educação Infantil. Mas nunca é demais lembrar que as crianças pequenas não têm paciência para ficar muito tempo fazendo a mesma coisa. Portanto, reserve dez ou 15 minutos por dia no início dessa "caminhada". Sobrecarregar os pequenos pode transformar a hora da leitura num momento chato. E, aos poucos, vá aumentando esse tempo. À medida que criam o hábito da leitura, os pequenos começam a prestar atenção em histórias mais longas.

Onde guardar os livros


É muito comum cada sala de Educação Infantil ter um cantinho de leitura, com uma pequena estante. O ideal é que todo o acervo fique ao alcance das crianças (perto do chão e sem obstáculos entre obras e leitores). "Nessa fase da escolarização, o educador deve ensinar os cuidados básicos que devemos ter com o livro", diz Renata Junqueira, coordenadora do Centro de Estudos em Leitura e Literatura Infantil e Juvenil Maria Betty Coelho Silva (CELLIJ), da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), campus de Presidente Prudente.


  O que ler



As histórias de ficção (como os contos de fadas) são as que mais encantam as crianças, mas é importante oferecer a elas diversas obras para que criem um repertório amplo. Como explica Renata, "os livros são um ótimo caminho para ampliar o universo cultural dos pequenos porque permitem entrar em contato com situações desconhecidas". Virgínia, em seu texto sobre a leitura na Educação Infantil, dá outra dica preciosa: "Preocupe-se com a qualidade literária, e não com o conteúdo moral". Isso não quer dizer que você pode escolher histórias amorais, mas que uma história bem escrita tem mais chances de prender a atenção de todos. Por isso, fique sempre com os textos que têm descrições ricas, misturem mistério e comédia e estimulem a imaginação, criando uma aventura interessante (no quadro abaixo, confira algumas indicações para turmas de Educação Infantil). E fuja dos materiais "escolarizados", cujo principal objetivo não é entreter a criançada, mas apenas ensinar que isso é o pato e aquilo é azul ou verde, sem nenhuma preocupação com a linguagem literária.

Presentear com um livro, seja qual for sua idade, pois acredite quem quiser, não perdemos tempo ao ler para quem ainda não aprendeu a falar. Não podemos dizer que haja uma idade mais correta para começarmos o incentivo à leitura.

Segundo Priolli (2008, p. 10), os pequenos podem até não entender todo o enredo de uma história, porém a leitura em voz alta os coloca em contato com outras dimensões das linguagens oral e escrita, percebem que a fala coloquial é diferente daquela usada numa leitura, que tem cadência, ritmo e emoção e que também as histórias tem início, meio e fim.

Para alguns teóricos, as crianças que desde muito cedo tem livros ao seu alcance, provavelmente se interessarão pela leitura na vida adulta. Ana Maria Machado (2002, p. 10), fala de suas lembranças em relação à leitura na infância e a relação com momentos afetivos, destaca que essas lembranças infantis ficam muito nítidas e duráveis e isso talvez ocorra porque a memória das crianças ainda está tão disponível e virgem que as impressões deixadas nela ficam marcadas de forma muito profunda, ou talvez por que essas impressões sejam muito carregadas de emoção.

Além disso, segundo a autora citada acima, muitos adultos dão testemunho disso: as experiências positivas de leitura na primeira infância produzem bons leitores adultos. Dessa forma, começar o incentivo à leitura pelos nossos bebês seja um grande passo para a contribuição de futuros adultos leitores.

Para Priolli (2008, p. 13), existem muitos benefícios em colocar os pequenos em contato com os livros. Várias funções psicológicas podem ser desenvolvidas, como por exemplo, a memória e a capacidade de estruturar informações. A leitura em voz alta desperta a sensibilidade para diferentes formas da fala e ainda tem o efeito sobre a chamada atenção seletiva - a capacidade de se desligar de outras fontes de estímulo mantendo-se concentrada em uma só atividade por períodos mais longos.

Além desses benefícios, o mundo do “era uma vez...” traz ao pequeno uma noção de temporalidade, que por vezes nessa idade não é muito perceptível. Sem falar da relação de afeto que envolve a leitura quando é feita, principalmente por familiares, este é um momento de prazer, já que o familiar, sejam pais, avós, tios, dispensam aquele tempo especial para o pequeno e ele se sente valorizado, amado, importante. Pois a criança, muitas vezes, não presta tanta atenção no enredo, mas na voz que conta, na sua entonação, nas feições do rosto, nos movimentos de quem fala. Como podemos citar o exemplo do escritor Milton Hatoum, que segundo Gurgel (2008, p. 2), quem mais estimulou a sua imaginação, não foi um livro ou uma biblioteca. Foi a voz de seu avô. O primeiro livro que leu foi um livro escutado. Foi uma narrativa oral. A semente plantada nele, o amor pela literatura, foi trazida pela oralidade, pela voz de seu avô.





Além da leitura oral feita por um adulto, o simples manuseio do livro, seja de papel, de plástico ou de tecido é importante, porque coloca os pequenos em contanto com a linguagem escrita e logo cedo já começam a identificar sinais gráficos.

Durante a primeira infância as crianças passam por transformações que podem ser percebidas diariamente e a sua compreensão também está sempre mudando. E é aí que entram os clássicos universais que por serem atemporais são sempre atuais e são capazes de envolver os pequenos leitores.

Também é importante salientar que os momentos de leitura com pequenos devem ser dinâmicos, com duração variável. Criatividade não pode faltar. Já que se esse momento se torna uma diversão, os livros acabam se transformando tão atraentes quanto os brinquedos e brincadeiras. É sempre bom preparar o ambiente para esse momento tão especial, apagar as luzes, criar um cenário, trazer brinquedos que possam ilustrar a história, etc.

Os livros cumulativos aqueles que trazem muita repetição e aos poucos novos elementos vão sendo introduzidos funcionam muito bem com os bebês, porque seus enredos se tornam mais fáceis de memorizar. Podemos citar o exemplo do livro Dona Baratinha, recontado por Ana Maria Machado (2004), toda criança pequena fica encantada com essa história. O narrador a todo o momento questiona sempre repetindo os mesmos termos “quem quer casar com Dona Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?”. As informações trazidas pelo narrador que variam são somente os personagens que se candidatam a noivo de Dona Baratinha, animais em sua maioria domésticos ou mais ou menos conhecidos pelas crianças o que as aproxima também da identificação com a história. A resposta da protagonista vai sempre se repetindo após o animal sinalizar através do uso das onomatopéias (miau-miau, au-au-au, bé-é-é) como faz à noite: “Ai, não! É muito barulho não me deixa dormir”. Além de apresentar inúmeras características de uma obra que agrada as crianças, Dona Baratinha é um clássico, e por isso é também tão atual.

Assim quando a relação bebê versus livros se torna prazerosa, divertida, só tende a formar um futuro leitor, pois seres humanos gostam de reviver emoções que lhes dão prazer, como por exemplo, quando comem uma boa comida em um restaurante, certamente voltarão para apreciá-la mais uma vez. Assim também acontece com os livros.

Em razão do que foi dito podemos dizer que livros e fraldas devem combinar sempre, pois para a formação de bons leitores adultos é importante colocar desde cedo as crianças em contato com a leitura. Dessa forma, os pequenos criam o hábito de escutar histórias, valorizando o livro como fonte de conhecimento e entretenimento. A escuta de histórias oportuniza momentos de prazer em grupos ou em família, enriquece o imaginário, amplia o vocabulário, além de familiarizar a criança com a leitura, uma prática valorizada pela sociedade.

BIBLIOGRAFIA

Andar entre Livros, Teresa Colomer, 208 págs., Global Editora, tel. (11) 3277-7999 begin_of_the_skype_highlighting (11) 3277-7999 end_of_the_skype_highlighting, 35 reais

Caminhos para a Formação do Leitor, Renata Junqueira de Souza (org.), 120 págs., Ed. DCL, tel. (11) 3932-5222 begin_of_the_skype_highlighting (11) 3932-5222 end_of_the_skype_highlighting, 27,50 reais

Leituras Literárias: Discursos Transitivos, Zélia Versiani (org.), 208 págs., Ed. Autêntica, tel. 0800-283-1322, 43,90 reais

Ler e Escrever na Escola - O Real, o Possível e o Necessário, Delia Lerner, 128 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 36 reais

Letramento Literário: Teoria e Prática, Rildo Cosson, Ed. Contexto, tel. (11) 3832-5838 begin_of_the_skype_highlighting (11) 3832-5838 end_of_the_skype_highlighting, 144 págs., 25 reais

A Paixão pelos Livros, vários autores, 152 págs., Ed. Casa da Palavra, tel. (21) 2222-3167 begin_of_the_skype_highlighting (21) 2222-3167 end_of_the_skype_highlighting, 35 reais

GURGEL, Luis Henrique. Não há literatura sem memória. In: Na ponta do lápis. São Paulo: CENPEC, 2008.

MACHADO, Ana Maria. Como e por que ler os clássicos universais desde cedo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.

____________. Dona Baratinha. São Paulo: FTD, 2004.

PRIOLLI, Julia. Fraldas e livros. In: Nova Escola. Ed. Especial. n. 18. São Paulo: 2008.

Tatiane Aparecida da Silva n°68

Como nascem os bebês?

Esse curta da Disney e Pixar conta a história de Gus, uma hábil e cinzenta nuvem, mestre na arte de esculpir bebês. Os problemas começam quando essa nuvenzinha decide sair do esquema tradicional e criar bebês "perigosos". A cegonha Peck, seu fiel companheiro e entregador terá uma baita dor de cabeça com tal invencionice. As duas constroem uma bela relação de amizade, sujeita aos percalços de sempre.
Uma idéia do animador Peter Sohn que vai "ajudar" os pais a responderem aquela famosa pergunta " - De onde vem os bebês?".
Vale a pena assistir.

http://www.youtube.com/watch?v=UV7HO9FazkI

sábado, 21 de agosto de 2010

A Importancia do brincar

Nossa sociedade mudou, temos uma inversão de papeis e valores, mais informação do que podemos absorver, a mulher trabalha fora, o avanço tecnológico é grande, a família mudou, a criança mudou, o aluno e a escola também mudaram. As mudanças tecnológicas mudaram as formas de brincadeiras. As crianças deixaram de brincar na rua, jogar bola, pular amarelinha e passaram a jogar videogames e jogos de computador, ignorando o sol que brilha a convidar as brincadeiras na rua. Tanta mudança gera confusão e expectativas, por isso, a escolha por este tema que trata da importância do brincar, ou ainda, como o lúdico interfere no desenvolvimento de uma criança. Este desenvolvimento, para Wallon, se dá através de uma interação entre ambientes físicos e sociais, sendo que os membros desta cultura, como pais, avós, educadores e outros, ajudam a proporcionar à criança participar de diferentes atividades, promovendo diversas ações, levando a criança a um saber construído pela cultura e modificando-se através de suas necessidades biológicas e psicosociais. Por isso, a importância da brincadeira, pois é a criação de uma nova relação entre situações do pensamento e situações reais. Brincar é coisa muito séria. Toda criança deveria poder brincar. A brincadeira contribui para o processo de socialização das crianças, oferecendo-lhes oportunidades de realizar atividades coletivas livremente, além de ter efeitos positivos para o processo de aprendizagem e estimular o desenvolvimento de habilidades básicas e aquisição de novos conhecimentos.


As brincadeiras aparentemente simples são fontes de estímulo ao desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança e também é uma forma de auto-expressão. Talvez poucos pais saibam o quanto é importante o brincar para o desenvolvimento físico e psíquico do seu filho. A idéia difundida popularmente limita o ato de brincar a um simples passatempo, sem funções mais importantes que entreter a criança em atividades divertidas.

A partir de muitos referenciais teóricos, será possível observar uma série de conceitos importantes, visando o bom desenvolvimento da aprendizagem da criança de 0 a 6 anos e o papel de pais e educadores nesta função tão importante que é educar uma criança.

No presente estudo pretende-se colaborar com a discussão e reflexão sobre a importância do brincar e da brincadeira no desenvolvimento da criança, verificando o papel da família no desempenho escolar das crianças e no processo de inclusão do brincar no quesito educacional, e a influência de seus valores no desempenho e influência escolar do aluno. Além disso, apresentar a influência do brinquedo e as vantagens que a brincadeira traz para o desenvolvimento da criança; localizar as dificuldades encontradas pelos educadores em utilizar a brincadeira como ferramenta pedagógica e se a brincadeira pode propiciar as condições para um desenvolvimento saudável da criança. Além de incentivar a conscientização dos pais e educadores sobre um trabalho conjunto para a introdução do brinquedo na aprendizagem da criança.

O principal objetivo deste trabalho é compreender o papel da brincadeira no desenvolvimento infantil, bem como a utilizar a brincadeira como ferramenta pedagógica.

A maioria dos pensadores e educadores que trabalham com este tema ressalta a importância da brincadeira no processo de aprendizagem e socialização. Infelizmente, tenho observado que a brincadeira não faz parte do projeto pedagógico da escola e da ação do professor.

Este princípio me levou a mergulhar nesta temática para melhor compreende-la e descobrir como a brincadeira pode ajudar o professor em seu fazer pedagógico e a criança em seu processo de aprendizagem.

Piaget (1976) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Ele afirma:

"O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil". (Piaget 1976, p.160).

Wallon fez inúmeros comentários onde evidenciava o caráter emocional em que os jogos se desenvolvem, e seus aspectos relativos à socialização.

Referindo-se a faixa etária dos sete anos, Wallon (1979) demonstra seu interesse pelas relações sociais infantis nos momentos de jogo:

"A criança concebe o grupo em função das tarefas que o grupo pode realizar, dos jogos a que pode entregar-se com seus camaradas de grupo, e também das contestações, dos conflitos que podem surgir nos jogos onde existem duas equipes antagônicas".(Wallon p.210)

Entre as concepções sobre o brincar, destaca-se as de Fröbel, o primeiro filósofo a justificar seu uso para educar crianças pré-escolares. Fröbel foi considerado por Blow (1991) psicólogo da infância, ao introduzir o brincar para educar e desenvolver a criança. Sua Teoria Metafísica pressupõe que o brinquedo permite o estabelecimento de relações entre os objetos do mundo cultural e a natureza, unificados pelo mundo espiritual. Um tipo especial de jogo está associado ao nome de Maria Montessori. Trata-se dos jogos sensoriais. Baseado nos "jogos Educativos" pensados por Fröbel - jogos que auxiliam a formação do futuro adulto - Montessori, segundo Leif e Brunelle (1978), elaborou os "jogos sensoriais" destinados a estimular cada um dos sentidos. Para atingir esse objetivo, Montessori necessitou pesquisar uma série de recursos e projetou diversos materiais didáticos para possibilitar a aplicação do método. Durante muito tempo confundiu-se "ensinar" com "transmitir" e, nesse contexto, o aluno era um agente passivo da aprendizagem e o professor um transmissor. A idéia de um ensino despertado pelo interesse do aluno acabou transformando o sentido do que se entende por material pedagógico. Seu interesse passou a ser a força que comanda o processo da aprendizagem, suas experiências e descobertas, o motor de seu progresso e o professor um gerador de situações estimuladoras e eficazes.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS





Fonte: http://www.webartigos.com/articles/4448/1/A-Importancia-Do-Brincar-No-Desenvolvimento-Da-Crianca/pagina1.html#ixzz0xGCYnC3x

Diana Barros